Prof. Gabriel Martins
Voce já fez essa pergunta antes? Então, deve estar lembrado da resposta mais desagradável aos ouvidos: “nunca!”. Mas nem sempre é assim, como se fosse jogar pedra no oceano. Tudo que parte nessa vida tem uma volta, mais cedo ou mais tarde, como na obra O Mercador de Veneza.
Lembra-se de quando o barco naufraga? Isso também foi um retorno.
Não sejamos tão pessimistas assim. Existem empreendedores otimistas, que responderiam:
“obviamente, em apenas um ano ou, no máximo, dois”. Pura utopia! As coisas tampouco são fáceis assim, parecidas com um bumerangue.
Muitos investimentos realizados são transformados em sucesso, valendo a pena o crescimento. As corporações adotam diversas estratégias para promovê-lo, levando em consideração os aspectos financeiros correspondentes.
Mesmo que o mercado receba bem a expansão dos negócios, que pode ocorrer através do lançamento de novos produtos, da entrada em novos mercados, da fidelização da clientela ou até mesmo da aquisição de empresas concorrentes, existem fatores limitantes que devem ser previstos. Um deles é a necessidade de capital de giro, que engloba os estoques de produtos e de matérias-primas, bem como o volume de vendas à prazo (e quase sempre o prazo concedido pelo fornecedor é insuficiente para cobrir essa necessidade). Quando os recursos do fornecedor são insuficientes, o empresário é obrigado a recorrer aos bancos, com taxas de juros que chegam a superar os 100% ao ano.
Um outro limitador é a escassez de dinheiro no mercado. Para crescer, além de capital de giro, torna-se necessário investir em equipamentos, reformas de instalações, compra de móveis e também em propaganda. Nem sempre os lucros acumulados são suficientes para tais investimentos e, para conseguir um financiamento bancário, as dificuldades são grandes.
Resta ao empresário, antes de qualquer coisa, estudar a viabilidade econômico-financeira do negócio em expansão, incluindo as receitas esperadas, os custos relacionados a estas e a origem do capital que será investido no plano de expansão, analisando o seu custo em relação ao retorno do investimento. Crescer é muito bom, mas merece reflexão! O retorno que terei com o crescimento é suficiente para pagar o investimento que estou realizando? Será que posso disponibilizar meu dinheiro neste momento e somente resgatar no prazo de retorno que esse negócio me propicia? Trata-se de um indicador universalmente aceito por todas as civilizações, por se resumir numa constatação muito simples: quando voltarei a ver a cor do meu dinheiro?
Geralmente, empresas com um comportamento médio têm um tempo de recuperação dos investimentos em cinco anos, o que para muitos é considerado um período demasiadamente longo, principalmente em tempos de crise,quando a liquidez do mercado está em baixa.
No entanto, considerando a realidade mundial, os tempos médios de retorno dos investimentos são de até doze anos, quando se tratam de empreendimentos hoteleiros, por exemplo. Obviamente, há casos em que se recupera mais rápido o que se investiu, como as clínicas médicas, com dois anos e meio, em média.
Isso considerando os tempos áureos,quando a tecnologia predominante era a mais barata e os preços estavam na mão dos negociantes (agora, eles estão nas mãos do mercado).
E, por falar em mercado, onde está ele? Você já se perguntou isso também? Qual é o seu horizonte de previsão do futuro? (É lógico que temos de falar do futuro, quando se trata de investimentos).
Você acha que é aqui, no globo terrestre? Que tal pensar um pouco mais longe? Você sabe da dimensão do alcance do ser humano em termos de transporte? (Pensemos em logística, agora). Pois é, crescer também é alcançar os fornecedores e clientes ao mesmo tempo. E onde eles estão agora?
Opa! Acho que fizemos a pergunta errada.Não seria mais prudente dizer: para onde eles estão indo? Olhe para essa imagem e reflita comigo! Como o reino de Portugal se expandiu no século XIV? Ele estava concorrendo com o da Espanha e até mesmo a Inglaterra entrou na era das navegações. Não parecia loucura naquela época algum empreendedor sair de seu porto seguro e se aventurar pelos oceanos sem saber ao certo o que estava por vir, quando muitos ainda pensavam que a terra era plana? (E olhe que até hoje se escreve que o mundo é plano!).
Quem impede de nós dois (eu e você) vermos em vida ainda o mercado se expandindo pra terras além ar? (Eu não escrevi além mar, não, foi além ar mesmo). Já estão loteando a lua e até fotografando a terra de lá. Você já se imaginou deitado numa rede em solo lunar?
Pense… Pense grande…Pense positivamente! Para se obter um maior retorno sobre um investimento, é natural que se arrisque mais. É uma lei econômica. E quando se está no mercado, torna-se necessário pensar num horizonte maior possível, mas sem deixar ao léu a situação atual que se vive na empresa. O cliente possui necessidades atuais e vive em transformação.
Portanto, para crescer e obter retorno sobre os investimentos, devemos buscar uma linha de horizonte mais longínqua possível, para que possamos enxergar melhor e com mais profundidade.
Parece loucura? O que me diz, então, da obra de Alvin Tofler? Alguma vez você já se chocou com o futuro? O que me diria se um dia você fosse surpreendido pelo seu neto lhe dizendo que estuda com um ET? Isso mesmo, com um ET!
O homem já é capaz de sobreviver durante seis meses no espaço e, em breve, poderá procriar. Em breve, sim. Falo daqui a uns dez anos.
Ou será que a clonagem animal é utopia, ou as células-tronco não passam de histórias de pescador, ou melhor, de lenhador? Você seria capaz de viajar pelo universo numa nave espacial? Os bilhetes já estão à venda.
Aqui em Natal, os preços dos imóveis estão caindo, mas nos condomínios lunares eles estão começando a subir… a procura aumenta! Eu sei que você pode estar pensando que estamos loucos ao alimentar esse raciocínio, mas se acalme, não se trata de devaneio. Na pior das hipóteses, você conseguirá enxergar um futuro além dos seus olhos, ou além da esquina de sua rua. Ouse, caro leitor! Tempo de retorno é tempo de reinvestimento e refletir sobre a realidade futura é pensar na sobrevivência e durabilidade da sua empresa. Ouse (novamente)!
Estão chegando muitos novos negócios em Natal. Abramos os olhos pelo menos para a Idade Média. Eles estão de volta. Quanto mais rápido você quer o retorno, mais longe deve olhar. Que tal trocar suas lentes?